Facebook é multado no Brasil por uso indevido de dados dos usuários

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Ministério da Justiça determinou pagamento de R$ 6,6 milhões como punição pelo vazamento de informações de 443 mil brasileiros.

RIO — O Ministério da Justiça multou o Facebook em R$ 6,6 milhões pelo vazamento de dados de 443 mil brasileiros. Ao todo, as informações de 87 milhões de usuários foram usadas pela Cambridge Analytica, uma consultoria de marketing político, em abril do ano passado, sendo 70 milhões nos Estados Unidos. Na última semana, outros 267 milhões de internautas foram afetados por problemas no sistema de segurança da rede social. 

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As empresas  Facebook Inc. e Facebook Serviços Online do Brasil Ltda serão intimadas e poderão recorrer à decisão no prazo de dez dias. Caso concordem com a decisão, deverão realizar o pagamento no período de um mês, segundo o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).

Mark Zuckerberg depôs ao Congresso dos EUA após o vazamento dos dados de 87 milhões de usuários do Facebook. O CEO da rede social pediu desculpas pelas falhas que a organização cometeu.
Mark Zuckerberg depôs ao Congresso dos EUA após o vazamento dos dados de 87 milhões de usuários do Facebook. O CEO da rede social pediu desculpas pelas falhas que a organização cometeu.

O ministério disse ainda que essa foi a primeira multa aplicada ao Facebook no país este ano. A decisão destaca a configuração de relação de consumo no caso em análise, em que o Facebook Inc. e Facebook Serviços Online do Brasil Ltda. são considerados fornecedores, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor.

Em nota, o Facebook informou que está focado em proteger a privacidade das pessoas.

“Temos feito mudanças na nossa plataforma, restringindo as informações que desenvolvedores de aplicativos podem acessar. Não há evidência de que dados de usuários no Brasil tenham sido transferidos para a Cambridge Analytica. Estamos avaliando nossas opções legais sobre este caso”, diz o comunicado.

O processo administrativo verificou que o Facebook usava as informações de forma abusiva para “práticas questionáveis”, segundo texto da decisão. Foi identificada a violação aos termos de uso da plataforma através do aplicativo thisisyourdigitallife, que consistia em um teste de personalidade, que oferecia aos usuários previsões do futuro com base no conteúdo publicado pelos internautas na rede social.

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De acordo com o processo, as informações dos usuários brasileiros foram “parar em mãos erradas e ficaram, no mínimo, submetidos a risco concreto (e não meramente abstrato) de serem tratados para finalidades não consentidas”.

O primeiro grande escândalo de privacidade do Facebook envolveu a consultoria Cambridge Analytica, que coletou dados de 87 milhões de usuários da rede social antes das eleições americanas de 2016. O caso foi revelado pelo “New York Times” e pelo “Guardian” em março do ano passado, gerando protestos de ativistas por direitos digitais. Foto: Aaron Bernstein / Reuters
O primeiro grande escândalo de privacidade do Facebook envolveu a consultoria Cambridge Analytica, que coletou dados de 87 milhões de usuários da rede social antes das eleições americanas de 2016. O caso foi revelado pelo “New York Times” e pelo “Guardian” em março do ano passado, gerando protestos de ativistas por direitos digitais. Foto: Aaron Bernstein / Reuters
Como consequência, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, foi convocado a depôr sobre as relações da companhia com a Cambridge Analytica em audiência conjunta do Comitê de Justiça e Comércio do Senado dos EUA. Foto: Tom Brenner / NYT
Como consequência, o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, foi convocado a depôr sobre as relações da companhia com a Cambridge Analytica em audiência conjunta do Comitê de Justiça e Comércio do Senado dos EUA. Foto: Tom Brenner / NYT
"Não tivemos uma visão ampla da nossa responsabilidade, e isso foi um grande erro. Foi um erro meu, e eu sinto muito. Eu comecei o Facebook, eu o administro e sou responsável pelo que acontece aqui", escreveu Zuckerberg ao Congresso americano, assumindo sua responsabilidade no caso da Cambridge Analytica. Foto: Josh Edelson / AFP
“Não tivemos uma visão ampla da nossa responsabilidade, e isso foi um grande erro. Foi um erro meu, e eu sinto muito. Eu comecei o Facebook, eu o administro e sou responsável pelo que acontece aqui”, escreveu Zuckerberg ao Congresso americano, assumindo sua responsabilidade no caso da Cambridge Analytica. Foto: Josh Edelson / AFP
Mas o vazamento de dados não se restringiu à Cambridge Analytica. Em junho de 2018, o "New York Times" revelou que o Facebook mantinha acordos de cessão de informações pessoais de usuários com fabricantes de smartphones. Foto: Justin Sullivan / AFP
Mas o vazamento de dados não se restringiu à Cambridge Analytica. Em junho de 2018, o “New York Times” revelou que o Facebook mantinha acordos de cessão de informações pessoais de usuários com fabricantes de smartphones. Foto: Justin Sullivan / AFP
O inferno astral da maior rede social do mundo continuou em setembro, com a revelação de que os perfis de 30 milhões de usuários foram hackeados. A falha permitia que os atacantes assumissem o controle das contas, se desejassem. Foto: LIONEL BONAVENTURE / AFP
O inferno astral da maior rede social do mundo continuou em setembro, com a revelação de que os perfis de 30 milhões de usuários foram hackeados. A falha permitia que os atacantes assumissem o controle das contas, se desejassem. Foto: LIONEL BONAVENTURE / AFP

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Por causa dos escândalos sucessivos, Mark Zuckerberg foi convocado pelo Parlamento Britânico em novembro, mas não compareceu. Foto: DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
Por causa dos escândalos sucessivos, Mark Zuckerberg foi convocado pelo Parlamento Britânico em novembro, mas não compareceu. Foto: DANIEL LEAL-OLIVAS / AFP
Em dezembro, uma outra falha permitiu que aplicativos tivessem acesso a fotos dos usuários, mesmo as marcadas como fechadas ao público geral, afetando 6,8 milhões de usuários. Foto: LOIC VENANCE / AFP
Em dezembro, uma outra falha permitiu que aplicativos tivessem acesso a fotos dos usuários, mesmo as marcadas como fechadas ao público geral, afetando 6,8 milhões de usuários. Foto: LOIC VENANCE / AFP

Cerca de 270 mil pessoas fizeram o download do aplicativo e se conectaram com suas senhas do Facebook. Só que o programa conseguiu ter acesso não só aos dados desses usuários, mas também de seus amigos. Com isso, alcançou informações de milhões de usuários.

Os dados coletados do Facebook teriam sido usados pela campanha do presidente americano Donald Trump para direcionar propaganda política. A partir dos perfis detalhados de milhões eleitores americanos, era possível determinar a qual público encaminhar propaganda durante a campanha e determinar quais eram os temas de maior interesse do eleitorado.

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